Mães Solo
Sobrecarga e solidão materna
São mais de 5,5 milhões de crianças brasileiras sem o nome do pai na certidão de nascimento, segundo o Censo Escolar, realizado pelo Conselho Nacional de Justiça – CNJ, em 2013. Infelizmente, no próximo Censo, a tendência é que esse número tenha aumentado bastante. Das 432,4 mil crianças nascidas e registradas no Brasil de 1 de janeiro até 7 de março deste ano, mais de 29 mil não têm o nome do pai no registro de nascimento. São milhões de mães absolutamente solo.
Elas são as únicas responsáveis pelo lar. Sozinhas, parem, criam e mantém os filhos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, essa é a realidade 37,7% das famílias brasileiras que têm mulheres como gestoras do lar.
A paternidade responsável interessa não apenas às relações familiares e humanas em geral, mas também ao Estado, na medida em que a irresponsabilidade paterna, somada às questões econômicas, tem gerado milhares de crianças de rua e na rua. Esse abandono também aumenta o índice de criminalidade e a gravidez na adolescência.
Uma das ações que as Defensorias Públicas nos Estados realizam para enfrentar esse problema social é concentrada no mês de março, com o projeto “Meu Pai Tem Nome”. A iniciativa é do Conselho Nacional das Defensoras e Defensores Públicos-Gerais (Condege) em parceria com as Defensorias Públicas Estaduais. No chamado “dia D da Defensoria” (12 de março) são feitos atendimentos relacionados à paternidade, com sessões de mediação e conciliação, exames de DNA e outras atividades extrajudiciais.
Sabemos que essa questão é profunda e passa por diversas relações. Como podemos contribuir para mudar essa situação?