Mulheres Iluminando o Mundo

A mãe no mercado de trabalho


Dia das Mães é uma data a se comemorar, mas também para conscientizar empresas,
organizações públicas e privadas, sociedade em geral, sobre a maior desigualdade
entre mulheres que se tornam mães. De acordo com dados do IBGE, a remuneração
corresponde a 20% do que os homens ganham para desempenhar as mesmas funções.
Mas quando fazemos uma relação das mães no mercado de trabalho, encontramos
ainda outros problemas. Segundo pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas,
após 24 meses, quase metade das mulheres que tiram licença maternidade não estão
mais presentes no mercado de trabalho. No levantamento, entre 247 mil mães, 50%
foram demitidas, aproximadamente, dois anos após a licença maternidade. Lembrando
que a Lei 14.020, garante estabilidade de emprego às mulheres desde a confirmação
da gravidez até 5 meses após o parto.


Segundo pesquisa sobre o mesmo tema, feito pela empresa Catho, 45% das mulheres
demoram cerca de 3 meses para retornar às suas atividades profissionais, mesmo com
direito legal de ficarem 6 meses afastadas. A decisão de diminuir o tempo de licença
está ligada ao receio de perder os seus cargos ou até mesmo o emprego. Ainda há
mais diferenças, quanto ao recorte da escolaridade. Mulheres que têm curso superior
apresentam queda de emprego de 35% após 12 meses da licença, enquanto mulheres
com níveis mais baixos de escolaridade chegam a uma queda de 51%.
Outro estudo, publicado pelo College Voor de Ritchen van de Mens, que analisou o
mercado de trabalho holandês, constatou que 1 em cada 5 mulheres foi rejeitada em
candidaturas devido à gravidez. Enquanto 34% que estavam prestes a assinar um
contrato, afirmaram que as condições mudaram quando a empresa soube da
maternidade. E o recente levantamento feito pela plataforma vagas.com mostra que,
durante algumas etapas de processos seletivos, mais de 70% das mulheres já foram
perguntadas se são ou pretendem ser mães. E em muitos momentos, também
aparecem perguntas como “quem cuidará do seu filho se ele ficar doente?”.


Período de licença


De acordo com a Constituição Federal, a licença-maternidade garante 120 dias de
afastamento para as mães, período que se inicia no primeiro dia útil após o
nascimento da criança. Já a licença paternidade é prevista por um período bem mais
baixo, em 5 dias, podendo ser estendida para 20, caso a empresa esteja cadastrada no
programa Empresa Cidadã.


Mesmo nas melhores empresas para se trabalhar no Brasil, os períodos de licença são
mínimos. De acordo com o estudo Licença Parental nas Melhores Empresas para
Trabalhar da consultoria  Great Place to Work , nem metade das empresas premiadas
ampliam o período de 120 dias de licença maternidade, enquanto somente 25% das

mesmas organizações ampliam a licença paternidade. Mesmo em empresas que
oferecem um espaço aberto para o crescimento das mulheres que são mães, ainda há
barreiras que impedem o desenvolvimento.


Oportunidades


Porém, um estudo realizado pela Rede Mulher Empreende mostrou que quando nasce
uma mãe, em 68% dos casos, também nasce uma empreendedora. Os dados apontam
que a cada dez mulheres que empreendem, sete são mães.
Outro importante estudo, da Fundação Getúlio Vargas, revelou que 50% das mulheres
que saem de licença-maternidade não retornam aos seus cargos após o término do
benefício. O sonho de empreender vem na contrapartida dessa tendência do mercado
e faz com que muitas delas enxerguem e apostem em novas oportunidades.

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