1º de Maio
Ainda há muita desigualdade no mercado de trabalho
Durante a história, a mulher sempre foi impedida de conquistar direitos trabalhistas. No Brasil, elas sempre foram designadas para o papel de donas de casa, mães, cozinheiras, serviçais.
Foi somente durante a formação da Constituição de 1934 que a mulher conquistou a igualdade salarial e a assistência médica durante a gravidez. Com a Constituição de 1988, a igualdade entre homens e mulheres no mercado se tornou Lei, que raramente é cumprida.
Desde então, milhões de mulheres partiram para o comércio e para as indústrias. De acordo com o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre mercado de trabalho (2019), 54,5% das mulheres brasileiras representam a força de trabalho do país, 15% a mais do que a porcentagem mundial.
O Relatório Global sobre a Lacuna de Gênero do Fórum Econômico Mundial revela outro dado importante: em um ranking de 150 países, o Brasil é o 130º colocado quando se trata de igualdade salarial entre homens e mulheres que exercem a mesma função.
O assédio moral e sexual também é um grande problema dentro do mercado. De acordo com o Instituto Patrícia Galvão e Locomotiva, 76% das mulheres reconhecem já terem sofrido um episódio de violência no ambiente de trabalho.
Outra perspectiva na desigualdade de gênero é a interseccionalidade. As mulheres pretas ou pardas com crianças de até 3 anos apresentaram os menores níveis de ocupação, inferiores a 50%, enquanto as brancas registraram um percentual de 62,6%. O levantamento apurou ainda o impacto dos afazeres domésticos: as mulheres dedicaram-se aos cuidados de pessoas ou afazeres domésticos quase o dobro de tempo que os homens (21,4 horas semanais contra 11,0 horas).
Outros indicadores mostram as dificuldades que mulheres enfrentam para inserção no mercado de trabalho. Na faixa etária entre 25 e 49 anos, a presença de crianças com até 3 anos de idade vivendo no domicílio se mostra como fator relevante. O nível de ocupação entre as mulheres que têm filhos dessa idade é de 54,6%, abaixo dos 67,2% daquelas que não têm. A situação é exatamente oposta entre os homens. Aqueles que vivem com crianças até 3 anos registraram nível de ocupação de 89,2%, superior aos 83,4% dos que não têm filhos nessa idade.
Avançamos, porém ainda falta muito para adquirir igualdade no mercado de trabalho, entre todas as mulheres e homens. Vamos aproveitar o 1º de maio – Dia do Trabalhador para refletir sobre essa desigualdade de gênero e o que podemos fazer para mudar essa situação?!